sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pedro Peró, Jerônymo Peró e Jonas o alemão

Se hoje sabemos de alguma coisa sobre nossos antepassados, devemos isto a Jerônimo Rodrigues de Abreu, vulgo Jerônymo Peró, com um livro, ipsis literis, na pessoa de José Pereira Lopes Júnior. Uma narrativa histórica sobre Palmeiras de Goiás, publicada em 1946. Dele nada sabemos a não ser que pertencia a família Rodrigues e foi um baita Historiador sem carteirinha.  Nos meados de 1940, sua Viúva levou o rascunho do livro para José Pereira Lopes Júnior, Historiador e membro da academia de letras de Goiás. O livro foi publicado em 1946 e permaneceu no anonimato até que em 2003, Hernani Lopes, prefeito de palmeiras, pedir que o Historiador Paulo Bertran Investigasse a História de Palmeiras de Goiás.  Tinha que ser feito, havia relatos fabulosos, algo estranho neles, como se o autor houvesse participado dos atos de 1840 até 1900. Dizia que D Pedro I visitava com freqüência a família de Jose Pedro Peró e que este trazia sua amante Domitila, a marquesa de Santos. Que ali, o rei fazia caçadas e namorava muito. Ninguém levou á serio. Diziam que tais relatos eram lendas, ficção criada por Jerônymo Peró. Mas Bertran vasculhou os arquivos e provou que tudo que estava no livro era um fato real do passado. Homens da guarda nacional do rei acamparam ali e fundara a cidade da Freguezia do allemão. Lá estavam os farias. Moraes, Rodrigues, Martins, Sardinhas, Lopes, Esteves, e outros que formam nossa genealogia. E um alemão chamado Jonas, Garimpeiro, com esposa e um filho, que depois de sua morte “João R dos Santos o casara com uma mulher de Minas gerais”
“O velho falecido Manoel Rodrigues dos Santos Peró e seus filhos, eram muito amigos do Imperador Dom Pedro I, todos aos anos vinha àquela fazenda dar suas caçadas, matava veado ou porco do mato, trazia ao abarracamento para comer a carne, trazia muitas mulheres de menos a rainha; esta família tinha grande amizade com o Imperador, o qual Jonas sabia [...] (ABREU, apud LOPES, 1994, p. 41)”

      O livro gira em torno destas famílias e começa na pessoa do tenente Antônio Martins Ferreira de Andrade, procedente de São Paulo chegou à capital da capitania de Goiás (Cidade de Goiás) e requereu terras devolutas às margens do Rio dos Bois, depois de adquirida, doou 800 alqueires de terras junto ao Córrego Azul, onde é hoje o distrito de Linda Vista, no município de Cesariana. Depois de algum tempo o Andrades vendeu estas terras para seus primos Milionários, os Martins de Moraes, más com o compromisso de doar os 800 alqueires. Os Martins se esqueceram do compromisso e eram sempre cobrados pelos Andrades, que então (os Martins) resolveram fazer uma Igreja, mais não naquele local, alegando que ali era estrada de tráfico de bebidas alcoólicas, que seria em outro local então. Foi aí que encontraram o Alemão.
     “No dia seguinte seguiram rumo ao Córrego Alemão e chegando à casa de Jonas Alemão, por este foram bem recebidos. Dizendo Jonas que aqueles senhores ser grande novidade, tantos homens de grande valor ali reunidos, que se fosse possível queria saber qual era o motivo que àquela hora estava ali àquela caravana? Respondeu o Sr. João Rodrigues dos Santos, (Este bem conhecido de Jonas e mesmo grande amigo, e freguês de comprar ouro em troca der mantimentos) disse a nossa vinda aqui é ver se poderá servir para patrimônio, e nos levantar a Igreja. Respondeu Alemão, ótimo, só assim terei companheiro para nós trocar idéias, e me dar recursos em meus garimpos; vivo aqui eu minha mulher, e um filhinho, abandonado da civilização da humanidade, moram aqui a trinta e oito anos, quase só em contato com as feras. [...] (ABREU apud LOPES, 1992, p. 29”
Perguntado então pelo nome do córrego ele Diz:
É o que tem o meu apelido de córrego do Alemão, ficou com esse nome desde que passou por aqui a Comissão do Imperador do Brasil, abrindo a estrada, da Cidade de Santo Antônio de Uberaba em direção á Capital da província de Goiás, de maneira que daquela data em diante ficou com esse nome.
         E Jonas era Muito amigo de José Pedro Rodrigues dos Santos Peró.
José Pedro Rodrigues dos Santos Peró, o Pedro Peró era uma lenda em Rondonópolis. A terceira geração guardou bem em suas memórias os relatos das Bravuras feitas por ele. Historias estas que pareciam absurdas e exageradas quando contadas por nossos pais. Más quando se lê uma destas bravuras em um livro, o assunto toma outra cor.  Uma desta esta no livro,quando morre Germano,filho de Pedro Peró, de 17 anos. A igreja católica assina nova ordem para a população de que não poderá mais ser enterrado dentro das igrejas; más sim no pátio. Pedro peró se revolta. Chegando o cortejo, o secretario tenta barrá-lo. “Dentro da igreja não! Diz ele. Não reconheço sua ordem, diz Pedro e manda seus homens abrir a cova dentro da igreja e enterra seu filho, tampando tudo como estava antes, deixa o local.”


Depois desta os Rodrigues criam um novo cemitério. Quem quiser ser enterrado deve pagar.
       Pedro Peró foi um Homem Honesto. Jonas o alemão tinha ouro. Muito ouro. 11 Garrafas cheias e muito mais escondidas. Era arisco e desconfiado, mudava sempre os locais onde estava enterrado o ouro. Certo dia, nos meados de 1842, pede a seu amigo Pedro Peró que venda seu ouro na corte do Rei, em Petrópolis, Rio De janeiro. Pedro Peró pede que ele vá junto, dizendo que na serra da Mantiqueira havia muitos assaltantes, e por outro lado chovia muito que deixasse mais para frente. Mais Jonas adoece e cai de cama queimando em febre. A mulher de Jonas Procura Pedro Peró que vai ter com ele. Fala onde esta enterrado o ouro, delirando não diz nada certo, sem confirmar corretamente o local. Esta morrendo e não fala onde este enterrado o Ouro. Depois de sua morte, Pedro Peró chama seu filhos e escravos e procura o ouro, vasculha palmo por palmo e não encontra. E´ o fim. O autor do livro termina dizendo:
 "O tesouro de Jonas conserva calmamente na entranha da terra, e qual será o felizardo? Um dia poderá dele pelo acaso? Estas pessoas que muito procuraram nem uma pessoa se retiraram daqui, e todos foram sepultados aqui pobres, e todos parentes de quem estas linhas escrevem, de maneira que é uma certeza que ninguém o encontrou, e está ela na entranha da terra calmamente. Não é contos de mil e uma noites. Não é lenda, ou cousa imaginária. É certeza o grande tisouro de Jonas. É as minas de Sabá? não, é de Salomão?, não, é de Jonas, sim."
 (ABREU, apud LOPES, 1994, p. 44)
     E Jonas era Muito amigo de José Pedro Rodrigues dos Santos Peró. Olha o que disse Pedro no velório do amigo Jonas.
“morto na sala de sua casa num jirau de taboca, espécie de cama, forrada com um lençol de algodão, já manchado em muitos lugares de poeira, um travesseiro sem fronha também, no mesmo estado do lençol; vestido em uma velha calça de fazenda de lã, camisa branca de tafetá, colete e paletó também de lã, pés calçados com um par de coturno velho, barba e cabelos crescidos.
 [...] Este mundo, tudo é engano; e no engano vivemos até a morte. Ajoelhando, rezando uma Ave Maria a alma de seu grande amigo, e se levanta, descobre o rosto de Jonas, e pega em sua mão direita e diz adeus Jonas, até breve, que de um a um, devagar vamos todos (ABREU, apud

LOPES, 1994, p. 42 “

Genealogia Manoel Rodrigues dos santos conrado

 Manoel conrado,filho de José Pedro Rodrigues dos santos Peró Manoel conrado casado com Domingas dos santos Filhos: Horácio R. dos Santos  G...